Em A queda dum anjo, Camilo Castelo Branco constrói uma alegoria entre a pátria e seu protagonista: Calisto Elói de Silos e Benevides de Barbuda, um fidalgo rural e conservador, que passa por um processo de disvirtuamento. A obra é um retrato caricatural da vida social e política de Potugal no século XIX. Nota-se claramente a intenção de Camilo de satirizar, ao retratar, de modo risível, o caminho de “contaminação” que seguia a pátria portuguesa de sua época, influenciada por modas políticas, sociais, religiosas e culturais. Além de ser um clássico da Literatura Portuguesa, A queda dum anjo é obra de estilo único, e tão delicioso quanto as tentações que seduzem o personagem.