Franz Kafka foi um homem de destino paradoxal, que reuniu em si as características de todas as minorias — judeu em país cristão, escritor numa família hostil a toda atividade artística, que escolheu escrever em alemão na capital tcheca da Boêmia. Seu nome é sinônimo de uma situação sem saída, da angústia do mundo moderno e das atmosferas opressivas. A temática kafkaniana — o desespero do homem ante o absurdo da existência — perde-se nos labirintos das parábolas que dominam seus contos, seus romances e suas sátiras. No romance O Castelo (1926), nega-se ao agrimensor K (uma contrafigura do autor, que se retrata em todos os seus trabalhos) a permissão de fixar-se em uma aldeia. A proibição é coerente com os critérios das autoridades locais que criam toda espécie de injustiça. Várias de suas obras foram levadas ao cinema com grande sucesso.