O Último Magnata, obra que analisa os bastidores de Hollywood por meio da biografia de um magnata da indústria cinematográfica, Monroe Stahr, é a obra deixada inacabada por F. Scott Fitzgerald. Uma das qualidades que chamam a atenção em O Último Magnata é a voz do narrador. Se Fitzgerald inegavelmente aproveitou o conhecimento que tinha de Hollywood para escrever o romance, seria lógico esperar que ele usasse um narrador homem, possivelmente um roteirista, para descortinar a vida das celebridades em seus aspectos menos gloriosos – brigas de poder, inveja, insegurança. Porém, ele lança mão de uma narradora, a jovem Cecilia, filha de um importante produtor de cinema, Pat Brady. Cecília analisa as pessoas e os acontecimentos com que ela se depara com olhos inquisitivos, às vezes perplexos, às vezes sem ilusões. Produtores, atores, atrizes, festas hollywoodianas, todos passam por ela – e pelos leitores – muitas vezes em seus aspectos mais sórdidos ou banais. Dinheiro, fama, avesso do glamour – ingredientes básicos das páginas que o leitor encontrará a seguir.